A batalha do diesel

Os europeus, especialmente os britânicos, gostam de nomes dramáticos. Um exemplo está relacionado à prova que acontecerá no próximo fim de semana, quando o Peugeot 908 HDi FAP vai encarar o Audi R10 na fabulosa e badalada corrida 24 horas de Le Mans – é mesmo uma prova fantástica, à qual nós, aqui, temos pouquíssimo acesso ou informação. A briga entre os dois modelos já está sendo chamada de “batalha do diesel”. No ano passado, o Audi venceu, em uma conquista histórica. O 908 HDi é o primeiro Peugeot oficial em Le Mans desde 1993

Na verdade, apesar de provas tradicionais como a Mil Milhas de Interlagos e os 500 Quilômetros de Brasília, por exemplo, o Brasil é um país praticamente excluído do circuito internacional de provas de longa duração. Este ano teremos pelo menos dois representantes: Jaime Melo Filho, um bom piloto que competirá com um Ferrari 430 GT, e Christian Fittipaldi, que estará a bordo de um Aston Martin DBR9.
Mas, até por nosso peso na Fórmula 1, estamos devendo em Le Mans. Essa prova, assistida in loco por 300 mil pessoas e transmitida para um público fanático em toda a Europa, é simplesmente o automobilismo mais puro-sangue que existe: grandes pilotos, grandes equipes, esforço requintado de engenharia, paixão pura nas arquibancadas e na pista.
Eu já assisti a algumas edições de Le Mans, que é anual. Lembro de algumas cenas fantásticas que, para não me alongar, vou deixar para depois. Mas sempre me emocionou ver as lágrimas de pilotos e membros de equipes ao completar a prova. Para eles, trata-se de uma maratona heróica – e cada carro que cruza a linha de chegada é saudado com aplausos pelo público, que fica de pé nas arquibancadas lotadas, comemorando e agitando bandeiras. Sempre que falam que a 500 Milhas de Indianápolis é a maior corrida do mundo, imagino que essas pessoas nunca foram a Le Mans.