Evitando adaptações

Entre as muitas dúvidas dos proprietários de veículos com motores movidos a diesel, uma das mais freqüentes diz respeito a eventuais “transformações” em seus motores. Por exemplo: um motor aspirado pode receber um turbo compressor para melhorar desempenho? Um motor sem intercooler pode receber esse equipamento?

É preciso analisar com cuidado uma série de detalhes para se chegar a resposta definitiva. Para determinados motores pode até existir a possibilidade da adoção do turbo compressor, mas ele precisa ter sido projetado para isso. O virabrequim precisa ser mais robusto, ter intercambiador e retorno de óleo, enfim, uma série de requisitos para isso possa ser feito sem ocasionar danos ao propulsor.

Mas mesmo em um motor que já tenha uma pré-disposição para receber posteriormente um turbo ainda é necessário trocar pistões, bicos injetores e alterar regulagem da bomba. Também é preciso levar em consideração os custos das peças, o custo da mão-de-obra e ter a certeza de que o profissional escolhido terá os conhecimentos e equipamentos necessários para a transformação. É mais conveniente vender o veículo com motor aspirado e comprar outro equipado com o turbo compressor.

No caso do intercooler, qual é a sua função básica? Resfriar o ar, aumentando o fluxo que será injetado no sistema de alimentação. O resultado disso será uma otimização da queima do combustível e uma combustão mais efetiva, o que produzirá maior pressão na cabeça do pistão. Será que o propulsor foi projetado para suportar esse esforço adicional? O excesso de pressão poderá expandir o anel e provocar, por exemplo, uma trinca na sua estrutura, o que causará grandes danos ao motor. Outro detalhe a ser considerado é que a proporção de quantidades entre ar e combustível admitida dentro do cilindro também ficará desbalanceada. Portanto, se propulsor não foi projetado para contar com esse equipamento isso não deve ser feito. A conclusão é uma só: evite adaptações, vai custar caro e causar prejuízos.